O atletismo entrou há uma década na vida de Letícia Almeida Belo, hoje com 22 anos. Em 2019, a atleta veio treinar na Associação Bauruense de Desportes Aquáticos (ABDA), onde obteve algumas de suas maiores conquistas ao sagrar-se campeã brasileira sub-20, medalha de bronze nos 2.000m no Campeonato Nacional de Cross Country Adulto e vice-campeã sul-americana no revezamento 4x2.000m adulto.
No currículo esportivo da atleta, constam outras tantas conquistas. E foi por meio do esporte que, em 2023, a vida dela teve uma reviravolta, transformando Letícia na primeira atleta da ABDA atletismo a conquistar uma bolsa de estudos no exterior.
Atualmente, Letícia está morando nos Estados Unidos, onde cursa Pré-Medicina na Universidade Cowley College, em Arkansas City, KS. A oportunidade de fazer o curso com duração de 2 anos surgiu em um contato da atleta com a universidade que, de acordo com seus resultados esportivos, ofereceu uma bolsa 100% gratuita com foco nos estudos e na carreira esportiva.
“Cresci viajando, sempre tive vontade de um dia poder morar em outro país, fazendo o que amo. Gosto de experiências novas, principalmente, para sair da minha zona de conforto, aprender novos conhecimentos, e ter vivência em outras culturas”, explica a atleta.
Além dos estudos, a bolsa na universidade contempla todos os custos como moradia e alimentação. Porém, a nova rotina é literalmente “corrida” para Letícia Belo. “Treinamos de segunda a domingo (menos sábado). Acordamos muito cedo, pois o treino é às 6h. Tenho aula às 8h ou 9h até 11h50 ou 12h20. Almoço, descanso e treino à tarde de novo, às 14h30, duas vezes na semana. Após o treino, tentamos fazer algum tipo de recovery (recuperação). Nossa janta começa às 17h. No meio da semana, precisamos ter estudado pelo menos 5 horas na biblioteca e também fazer as lições de casa. Nesse meio tempo, é de nosso dever a arrumação do quarto e lavagem das roupas”, explica.
Apesar do pouco tempo na nova realidade, Letícia já faz planos para o futuro. “Nesta universidade são apenas 2 anos. Meu objetivo é me transferir para outra de 4 anos para terminar a formação, ou ainda penso na possibilidade de retornar para o Brasil e dar continuidade ao meu curso de Fisioterapia. Creio que estou apenas começando e no processo de adaptação, ainda é cedo para tomar decisões, mas sinto que esta oportunidade está sendo importante tanto no meu currículo profissional quanto pessoal, além de ser uma forma de aprender inglês fazendo esta imersão”, resume.
Educação e esporte – Letícia Belo segue aliando esporte e educação, treinando no alto rendimento, nesse momento com foco nas provas da Liga que a Universidade disputa. “Por enquanto, estamos na temporada de Cross Country, mas em janeiro começamos a temporada de pista”, conta.
Na primeira competição disputada em solo norte-americano, a 75th JK GOLD Wichita State, Letícia Belo ficou em 8° lugar, dentre 63 atletas, correndo os 5 km, ao lado da divisão (National Collegiate Athletic Association) NCAA I.
A atleta continuará competindo também pela ABDA, pois segue federada no Brasil. Ela seguirá o programa de treinamento dos profissionais norte-americanos, mas será acompanhada à distância pelo técnico da ABDA Neto Gonçalves. “Todas as competições válidas que vou competir por aqui também entram no ranking da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) no Brasil”, explica Letícia.
O técnico comemora a conquista da atleta. “É uma alegria muito grande ter uma atleta que através do esporte conquistou uma oportunidade de treinar e estudar nos EUA, que é um modelo de sucesso no esporte e educação. Com certeza, ela vai aprender muito, terá uma grande experiência com outra cultura, aprenderá um idioma novo e vai conquistar possibilidade e oportunidades na carreira profissional”, comentou Neto Gonçalves.
Desafio e mudança – Acostumada a desafios nas pistas, a atleta teve que encarar uma situação diferente ao receber a proposta e ter apenas um mês para decidir. “Foi muito desafiador. Não tive tanto tempo para pensar, mas conversei bastante com meus pais e meu técnico. Já sabia que iria ser duro, apesar de não morar com minha família desde os 15 anos ainda estávamos entre cidades vizinhas e, quando tinha tempo, sempre os visitava para matar a saudade”, afirma.
As amizades também tiveram algumas mudanças. Ela conta que fazer novas amizades nos Estados Unidos é mais difícil, mas conseguiu amigas do Brasil no futebol e uma atleta que ela já conhecia no atletismo.
“Na ABDA, havia companheiras de treino que sempre treinavam junto, uma ajudando a outra, minha equipe multidisciplinar fisioterapeuta, nutricionista, médica. Mas todos me apoiaram, principalmente, meus pais e meu técnico, e seguem me apoiando o que me traz combustível”, afirma.
Esse combustível, com certeza, é o que segue acelerando os passos de Letícia Belo com os valores de humildade, persistência e fé, adquiridos pela atleta na ABDA atletismo.
“Estamos muito felizes. Temos outros atletas visando essa oportunidade de estudar e morar no EUA. É muito bom para o projeto, para nossas crianças acreditarem que através do esforço e dedicação no esporte e nos estudos, elas podem ir muito longe. Não existem fronteiras, não há limites para conquistarem grandes coisas. Que a Letícia seja uma fonte de inspiração e grande exemplo para nossos jovens”, completa Neto Gonçalves.
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