Arquivo Pessoal Amor. O sentimento mais forte do coração humano pulsa em ritmo especial no coração de Carlos Santalena e Olivia Bonfim. Essa palavra resume a vida de ambos e sua relação com a montanha. Um triângulo amoroso com final feliz, especialmente após se tornarem o primeiro casal do mundo a fazer o Double Head, desafio que consiste em chegar ao topo do do Everest e do Lhotse, a primeira e a quarta maiores montanhas do mundo, em uma janela de 24 horas. Além disso, ele se tornou o primeiro brasileiro a conquistar o cume do Everest por quatro vezes e ela passou a ser a primeira sul-americana a completar o Double Head.
O casal Carlos e Olívia atingiu o cume do cume do Monte Everest às 10h30 (horário nepalês), na terça-feira (21). Menos de 24 horas depois, às 10h05 (horário nepalês), na quarta-feira (22), chegavam ao topo do Lhotse. Isso significa que, em um espaço inferior a um dia, subiram a maior montanha do mundo, chegando a 8.848 metros e, em seguida, escalaram sua irmã menor, com 8.516 metros. “A felicidade de realizar um sonho é imensa. Primeiro o Everest, vendo a cena que imaginei por tanto tempo se tornar realidade ao chegar ao teto do mundo. E depois do Lhotse. Pensar em um desafio de cada vez sempre foi o que me manteve firme em uma expedição tão longa”, conta Olivia, que completa. "Espero ser a primeira mulher de muitas e que a gente continue ocupando novos espaços e abrindo caminhos umas para as outras, nos fortalecendo e expandindo os nossos limites. A ficha ainda não caiu, mas estou realmente bastante realizada e feliz com o que a gente conseguiu fazer nesta temporada."
Após se tornar o brasileiro que mais vezes chegou ao ponto mais alto do planeta, Carlos Santalena ressaltou o momento especial da conquista, pelo fato de compartilhar com sua mulher. “Muito amor, companheirismo, paixão e mais do que isso admiração, sentimos tudo mutuamente e nos fortalecemos sempre nas dificuldades. Estamos, eu e a Olivia, felizes demais e ainda absorvendo todo sentimento vivido nas alturas do Himalaia", afirmou o montanhista, sócio e guia da empresa Grade 6, que conduziu mais seis brasileiros ao topo do Everest nesta expedição. “A Grade 6 completa 30 anos em 2024 sendo a empresa brasileira que mais leva pessoas ao cume do Everest e única a guiar ao Everest e Lhotse. Nosso objetivo e maior motivação é transformar vidas positivamente por meio da experiência de alta montanha”, completa, lembrando que o grupo esteve acompanhado pelo guia Pemba Sherpa.
Relacionamento nas alturas - Carlos Santalena, de 38 anos, e Olivia Bonfim, 33, se conheceram há cinco anos, em um curso de escalada. Desde então, a relação do casal gira em torno da montanha. O pedido de casamento ocorreu em 2023, no topo do Aconcágua, a montanha mais alta fora da Ásia, na Cordilheira dos Andes, com 6.961 metros. A lua de mel foi na Bolívia, onde aproveitaram para fazer treinamento no gelo, com o objetivo de conquistar o Everest neste ano e fazer o Double Head. “Esse era um projeto da Olivia e tive a felicidade de participar. E foi uma alegria podermos compartilhar nossas conquistas, a minha quarta ascensão ao chamado Topo do Mundo e a primeira dela, além do desafio dos dois cumes em menos de 24 horas. Temos uma relação muito bacana e superar todos os obstáculos da escalada em alta montanha, e em dose dupla, comprova isso ainda mais", completa ele, que deve retornar ao Brasil dia 1 de junho, ao lado da esposa.
“Sou extremamente feliz com a nossa relação, repleta de amor e incentivo mútuo. Temos crescido não só como casal, mas também como pessoas. E a minha admiração pelo Carlos só cresce. O montanhismo tem sorte de ter um profissional como ele, porque é difícil ver alguém tão humano trabalhando na montanha, então, minha admiração, tudo que eu sinto por ele, só aumenta nesses momentos que a gente viveu junto aqui no Nepal. Foi uma longa expedição, mais de 50 dias, e especialmente os últimos três foram extremamente intensos. No dia do ataque ao cume do Everest foram 18 horas. Depois, descansamos algumas horas e foram mais 18 horas de ataque ao Lhotse", disse Olivia, que completa. "Por tudo isso, sem dúvida, o Carlos foi uma grande força e inspiração. Ele sempre me incentivou e acreditou em mim. E juntos a gente conseguiu construir algo novo para nós dois. Foi realmente muito especia lviver tudo isso com ele.”
Mr. Everest quer mais – Se tornar o Mr. Everest entre os brasileiros não apaga o desejo por seguir desafiado as maiores montanhas do planeta. Entre os projetos futuros, Santalena planeja chegar ao topo das 14 montanhas com mais de oito mil metros. “Como alpinista, posso dizer que o céu é o limite para os meus sonhos e objetivos”, conta. Além do próprio Monte Everest (8.848m) e do Lhotse (8.516m), ele já escalou Makalu (8.485m) e o Monte Manaslu (8.163m). Os cumes que faltam são o K2 (8.611m), Kangchenjunga (8.586m), Cho Oyu (8.188m), Monte Dhaulagiri (8.167m), Nanga Parbat (8.126m), Annapurna I (8.091m), Gasherbrum I / K5 (8.080m), Broad Peak / K3 (8.051m), Gasherbrum II / K4 (8.034m), Shishapangma (8.027m).
Antes da quarta conquista do Everest, os 38 anos, Santalena havia chegado ao teto do mundo nos anos de 2011 (quando se tornou o brasileiro mais jovem a chegar ao cume do Everest, aos 24 anos), 2016 e 2018. O montanhista ainda detém outros recordes. É o primeiro alpinista brasileiro a completar os 7 Cumes, as sete maiores montanhas do mundo, por duas vezes. Da primeira vez, aos 27 anos, se tornou o alpinista sul-americano mais jovem a completar o desafio, composto por Monte Everest (8.844 metros – Ásia), Aconcágua (6.962m – América do Sul), Denali (6.194m – América do Norte), Kilimanjaro (5.895m – África), Elbrus (5.642m – Europa), Vinson (4.892m – Antártida) e Kosciuszko (2.228m – Austrália).
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
DURVALINO VERGILIO DORO JUNIOR
redacao@zdl.com.br