07/08/2024 às 17h00min - Atualizada em 07/08/2024 às 17h00min
Força-tarefa prende dois policiais civis por extorsão em delegacia de São Pedro da Aldeia
Corregedoria confirma extorsão e coação de vítima após denúncia sobre recuperação de moto roubada
Vinicius Gandra
Redação
Reprodução de Internet A Corregedoria da Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prenderam nesta quarta-feira (7), na Operação Cinquecento, dois agentes da 125ª DP (São Pedro da Aldeia) acusados de cobrar para registrar a ocorrência de recuperação de uma moto roubada. Os inspetores Tadeu Themistocles Buzato Pinto e Edvando Barros Leal foram detidos em Saquarema e São Pedro da Aldeia, respectivamente, após as investigações confirmarem a extorsão.
Além dos mandados de prisão, a força-tarefa da Corregedoria e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-MPRJ) cumpriu cinco mandados de busca e apreensão nos municípios de São Pedro da Aldeia, Armação de Búzios e Saquarema, na Região dos Lagos, além da capital. A sede da 125ª DP foi um dos endereços visados. A investigação teve início há três meses, quando a vítima relatou o caso no TikTok, contando que teve a moto roubada em Cabo Frio, a recuperou por meios próprios e foi extorquida ao procurar a delegacia para regularizar a situação.
De acordo com o relato da vítima, os agentes exigiram R$ 1 mil para registrar a recuperação da moto, mas ela acabou entregando R$ 500. A Corregedoria e o Gaeco não apenas confirmaram a cobrança dentro da 125ª DP, como também descobriram que a vítima foi coagida posteriormente. Após a postagem no TikTok, os inspetores intimaram a vítima a voltar à delegacia sob o pretexto de assinar documentos. No entanto, quando a pessoa chegou, foi coagida a prestar um depoimento negando a cobrança.
A coação, que ocorreu dentro da delegacia, serviu como confirmação dos crimes praticados pelos policiais, visto que eles não haviam sido citados no vídeo da vítima no TikTok. Os policiais civis foram denunciados pelo Gaeco pelos crimes de falsidade ideológica e corrupção passiva. Os agentes serão encaminhados à sede da Corregedoria da Polícia Civil, no Centro do Rio, onde permanecerão à disposição da justiça.