A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou uma distorção de R$ 44,2 bilhões nas contas do Ministério da Saúde referentes a 2023, o primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O relatório da CGU aponta que o principal problema foi o uso de cálculos baseados em estimativas e falhas no monitoramento dos processos internos. A auditoria foi solicitada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para análise das contas do Poder Executivo.
O maior erro identificado foi um saldo incorreto de R$ 21,9 bilhões relacionado aos estoques de medicamentos e insumos importados. A CGU apontou que o material entregue ao Ministério da Saúde não era devidamente registrado nos sistemas, além de falhas nos ajustes cambiais dos produtos adquiridos no exterior. Essas irregularidades comprometeram a precisão dos dados financeiros da pasta comandada pela ministra Nísia Trindade.
A conta de estoques importados, que deveria ser temporária, manteve valores de maneira inadequada. Em 2023, a auditoria revelou que a conta chegou a registrar R$ 11 bilhões em material em trânsito e R$ 13 bilhões em estoque. A CGU afirmou que essa situação distorcia a realidade, pois sugeria que 80% do estoque ainda não havia chegado ao Brasil até o final do ano.
Segundo o relatório da CGU, esses problemas indicam uma falha na gestão de insumos estratégicos do Ministério da Saúde. O órgão recomendou melhorias no controle de estoque e nas práticas contábeis, a fim de evitar distorções nos dados e garantir maior transparência nas contas públicas.