Reprodução de InternetO desaparecimento de Priscila Belfort, irmã do lutador Vitor Belfort, ocorrido há 20 anos, é tema central do documentário "Volta Priscila", que estreou nesta quarta-feira (25) no Disney+. A produção, dividida em quatro episódios, relembra a trajetória da jovem, que desapareceu em 2004, aos 29 anos, após sair do trabalho na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro. O projeto traz depoimentos emocionantes da família, reconstitui as investigações e lança um olhar sobre as lacunas ainda presentes no caso.
Vitor Belfort, que na época do desaparecimento estava recém-casado com Joana Prado, cancelou sua lua de mel para se dedicar à busca pela irmã. Em entrevista, o lutador desabafa: “Nossa ferida nunca vai sarar, porque não sabemos o paradeiro dela, o que aconteceu.” O documentário também traz a perspectiva de Jovina Belfort, mãe de Priscila, que se envolveu profundamente no projeto, revisitando lembranças da filha em vídeos e fotos, enquanto revivia a dor de sua ausência.
Além de relatos familiares, a série documental aborda as investigações conduzidas pela Polícia Civil, que até hoje não resultaram em respostas conclusivas. Autoridades que participaram das investigações foram convidadas a depor no documentário, mas, segundo a produção, a Polícia Civil não autorizou comentários oficiais. A corporação se manifestou apenas por meio de nota, afirmando que o inquérito segue aberto e que todas as denúncias relacionadas ao caso são investigadas pela Delegacia Antissequestro.
O documentário explora as dificuldades emocionais e psicológicas enfrentadas pela família, com relatos de momentos delicados, como a depressão vivida por Priscila na adolescência. Vitor Belfort também relembra a homenagem que fez à irmã ao conquistar o cinturão do UFC pouco tempo após o desaparecimento, destacando a carga emocional que enfrentou durante essa fase de sua carreira.
Com uma abordagem sensível e cuidadosa, "Volta Priscila" não apenas revive os momentos que antecederam o desaparecimento, mas também provoca uma reflexão sobre o impacto dos desaparecimentos em famílias brasileiras. Jovina, hoje Superintendente de Pessoas Desaparecidas no Estado do Rio de Janeiro, enfatiza a importância do acolhimento às mães de desaparecidos: “Só conhece essa dor quem passa por ela.”
