18/04/2024 às 09h48min - Atualizada em 18/04/2024 às 09h48min

Polêmica do morto no banco, laudo do IML não define a hora do óbito

Delegado responsável pelo caso diz que a hora não altera crime em banco

Gil Coutinho
Redação
Reprodução de Internet
Nesta semana um vídeo viralizou nas redes sociais, uma mulher tentava fazer um empréstimo no valor de 17 mil reais em nome do seu tio. Nas imagens era possível ver que o idoso aparentava estar sem vida, mesmo com o alerta das funcionárias do banco, a acompanhante insistiu na efetivação do empréstimo. Apesar das imagens terem rendido diversos memes o fato que um crime estava sendo flagrado e esse história teve desdobramentos. O idoso foi identificado como Paulo Roberto Braga de 68 anos e a acompanhante como Erika de Souza Vieira Nunes.
 
Vários vídeos de câmeras de segurança foram analisados pela polícia e montaram a ordem a cronológica dessa história. As primeiras imagens são do estacionamento do banco, nelas Erika acompanhada de outro homem retiram Paulo do banco de carona do carro e o colocam em uma cadeira de rodas, nesse momento ele já se encontra imóvel. Na sequência aparece Erika e Paulo aguardando o elevador, nessa imagem o idoso está na cadeira porém com a cabeça tombada para o lado. As próximas imagens são as que viralizaram e foram gravadas por celular já no interior da agência bancária.
 
Erika foi presa em flagrante e encaminhada para a 34º DP (Bangu), em depoimento ela alegou que o idoso chegou vivo ao banco e que o empréstimo seria para compra de uma TV e a reforma da sua casa. Já o Instituto Médico Legal alegou que não é possível determinar se a morte ocorreu antes ou depois dos momentos mostrados nos vídeos. "O perito não tem elementos seguros para afirmar do ponto de vista técnico e científico se o sr. Paulo Roberto Braga faleceu no trajeto ou interior da agência bancária, ou que foi levado já cadáver à agência bancária. Apesar das técnicas mais modernas, não pode o perito consciente de suas responsabilidades estabelecer com precisão determinada hora como aquela que ocorreu a morte. No máximo, deve fazer uma aproximação tão segura quanto possível, que inclua o real momento da morte. Desta forma, a necropsia se iniciando as 11h30 do dia 17/04/2024, o perito pode afirmar que o óbito ocorreu entre 10,5h a 24 horas em relação ao momento da necropsia, sendo assim entre 11h30h do dia 16/04/2024 e 01h00 do dia 17/04/2023", informa o laudo do IML.
 
O responsável pelo caso já defende outra versão sobre a morte, para o Delegado Fábio Luiz a morte teria acontecido horas antes deles irem ao banco. "Ela fala que foi um caso de registro mal feito e afirma que o idoso estava vivo, e que foi ele que quis ir pegar o dinheiro do seguro que já tinha sido realizado no dia 25 do mês passado. Mas, no vídeo dá para ver claramente que ele já estava morto, então essa alegação dela, só nesse vídeo, já dá pra ver que não procede. Tudo indica que ela cuidava dele e era responsável por isso, informalmente alguns outros familiares vieram e falaram isso. Ela chegou a dizer que ele tinha problemas de saúde e que ficou internado dias atrás. Tudo vai ser investigado", explicou o delegado.
 
Erika foi acusada pelos crimes de tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver, sendo que este segundo, que corresponde ao desrespeito aos mortos, tem uma pena de um a três anos de prisão, além de multa. Erika foi encaminhada para um presídio nesta quarta-feira, dia 17, onde aguarda a realização de sua audiência de custódia. Ainda não há informações sobre o sepultamento do idoso. A família esteve no IML de Campo Grande e liberaram o corpo. que segue no instituto a definição do local e horário do enterro.
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