A rigidez técnica do balé tem um estilo próprio em Paraisópolis. Os figurinos entram em cena para os ensaios finais de Bando. Espetáculo de dança contemporânea que celebra os dez anos do Balé Paraisópolis. Como explica o coreógrafo Christian Casarin: "Bando é um processo que foi criado coletivamente que fala das nossas sensações, do nosso encontro, das nossas relações, desses alunos que nos acompanham esses dez anos, o que se dá, o que se deu, o que que é isso daí. É um produto de Paraíso com essa identidade, a gente focou muito nesse lugar."
Além da estreia de um novo espetáculo, as comemorações dos dez anos do balé Paraisópolis são marcadas por uma cerimônia muito especial. A formatura da primeira turma do curso. São oito alunas que depois de nove anos de estudo saem com registro profissional e prontas pro mercado de trabalho é o caso da Giovana Ferreira Guimarães. A jovem bailarina tem 20 anos, mas chegou aqui ainda menina aos nove, mais da metade da vida dedicada ao balé. Uma dança que esculpiu suas marcas na, agora, bailarina profissional: "Eu preciso e eu tenho vontade de entrar na escola Alvin Ailey que fica em Nova Iorque."
Mônica Tarragó é diretora geral do Balé Paraisópolis e conta que o projeto é uma oportunidade para os talentos que moram na comunidade: "A ideia era justamente a oportunidade para os dos que moravam aqui e realmente não iam conseguir, O balé é uma arte muito cara e com essa qualidade toda que a gente tenta oferecer, com tantas modalidades e mais fisioterapia e mais teoria, mas já tem dois alunos que tiveram o convite para fazer cursos e eles já foram a Nova Iorque, quer dizer, eles tão crescendo e as portas estão se abrindo.
Hoje 200 crianças e adolescentes fazem parte do Balé de Paraisópolis e mais de 2 mil desejam uma vaga.