Uma cápsula do tempo de 50 anos foi aberta nesta quarta-feira na Quinta da Boa Vista, na zona norte do Rio. A ideia de guardar registros foi do jornalista e escritor Fernando Luís da Câmara Cascudo, filho do antropólogo e folclorista Câmara Cascudo. A abertura foi acompanhada pela secretária Municipal de Conservação, Anna Laura Valente Secco, que lamentou o estado em que os itens foram encontrados.
O ano de 1972 foi marcado pelo atentado terrorista na Olimpíada de Munique, no qual seis treinadores e cinco atletas israelenses morreram. No Brasil, era inaugurado o primeiro trecho da Rodovia Transamazônica. O historiador da UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro, André Chevitarese, avalia que as cápsulas do tempo contam a história de forma seletiva, fazendo um recorte da realidade de uma época.
Na cápsula do tempo foram encontrados, jornais, revistas, uma bandeira do Brasil, livros e um rolo de filme, que não foi aberto para evitar que fosse danificado pela luz. Mesmo com alto grau de degradação, foi possível ver detalhes das obras, entre elas, dois livros com a imagem de Dom Pedro I e um com o título Nossa História. Numa manchete de um jornal de 1972 estava escrito que o Vasco ofereceu 3 milhões para o jogador Dirceu, que na época jogava no Coritiba, do Paraná.
Os itens foram encaminhados para o Arquivo Geral da Cidade, onde vão passar por uma análise e uma posterior restauração. Assim que o trabalho for finalizado, o material será exposto e o público poderá conhecer de perto cada objeto.