24/07/2024 às 16h36min - Atualizada em 24/07/2024 às 16h36min

Pesquisa da Fiocruz revela contaminação por cocaína em tubarões no Rio de Janeiro

Estudo inédito identifica a presença da droga em tubarões na Zona Oeste, destacando a poluição marinha por resíduos de esgoto

Wellington Freitas (estagiário)
Redação
Reprodução de Internet
Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) detectaram, pela primeira vez, a presença de cocaína e seu metabólito, a benzoilecgonina, em tubarões na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O estudo, realizado entre setembro de 2021 e agosto de 2023 no bairro do Recreio dos Bandeirantes, analisou 13 tubarões da espécie Rhizoprionodon lalandii. Os resultados, publicados na revista científica Science of The Total Environment e divulgados na última terça-feira, 23 de julho, destacam a contaminação significativa devido ao descarte de resíduos de cocaína no esgoto.

Os tubarões, considerados predadores centrais no ecossistema marinho, são utilizados como espécies sentinela para detecção de danos ambientais. Segundo a bióloga Rachel Ann Hauser-Davis, a presença de cocaína em todos os 13 tubarões analisados indica uma contaminação significativa do ambiente marinho, provavelmente resultante do descarte de resíduos no esgoto. A pesquisa foi conduzida em parceria com diversas instituições, incluindo a Universidade Federal de Santa Catarina, a Universidade Federal do Rio de Janeiro e o Instituto Museu Aquário Marinho do Rio de Janeiro, e foi financiada por órgãos como a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Os pesquisadores destacam a necessidade de investigações adicionais para avaliar os impactos dessa contaminação na saúde dos tubarões e outros organismos marinhos, bem como potenciais riscos à saúde humana. "É necessário realizar estudos específicos para determinar as consequências exatas dessa contaminação nos animais. Acredita-se que pode haver impacto no crescimento, na maturação e, potencialmente, na fecundidade dos tubarões", comenta Rachel.

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