11/06/2024 às 12h37min - Atualizada em 11/06/2024 às 12h37min
Câmara dos Deputados inicia discussão sobre regulamentação de motoristas de aplicativos
Proposta Inclui Remuneração Mínima e Benefícios Fiscais
Wellington Freitas (Estagiário)
Redação
Reprodução de Internet A Comissão de Indústria da
Câmara dos Deputados começa a debater nesta terça-feira (11) o projeto de lei que regulamenta o trabalho dos motoristas de aplicativos. A proposta, que incorpora contribuições de várias entidades, estabelece
novas regras como remuneração mínima e contribuição previdenciária.
O
projeto define que os motoristas serão considerados trabalhadores autônomos, sem vínculo empregatício com as plataformas, e não poderão ser enquadrados como
microempreendedores individuais (MEI). Além disso, os motoristas deverão cumprir um período de repouso diário de no mínimo 11 horas, com fiscalização a cargo do
Ministério do Trabalho. As empresas não poderão recusar motoristas que atendam aos requisitos de
CNH adequada, veículo regularizado e antecedentes criminais limpos.
Um dos pontos centrais da proposta é a
remuneração mínima. O texto sugere um valor de R$ 32,10 por hora trabalhada, garantindo que as plataformas complementem a renda caso esse valor não seja atingido. Os motoristas terão a opção de definir valores mínimos por quilômetro rodado, o que oferece mais
flexibilidade na forma de remuneração. No que se refere à
contribuição previdenciária, a alíquota dos motoristas será de 1,25% do
valor bruto arrecadado, enquanto as plataformas contribuirão com 22,5%. O projeto também oferece benefícios fiscais significativos, como a
redução do Imposto de Renda, permitindo um desconto de 75% sobre os
rendimentos obtidos com corridas. Adicionalmente, os motoristas terão acesso a financiamentos do
Pronampe para a compra de veículos novos.
A proposta não obriga a
sindicalização dos motoristas, mas estabelece que as condições de trabalho e remuneração serão objeto de negociação coletiva entre os sindicatos e as plataformas.
O debate sobre o projeto continuará nas comissões de
Trabalho e de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ser votado no plenário. A intenção é
equilibrar a proteção dos motoristas com a manutenção da qualidade dos serviços prestados pelas plataformas. O avanço das discussões ainda este mês é esperado, com a expectativa de que o projeto seja analisado e possivelmente aprovado dentro do prazo estabelecido.