26/06/2024 às 12h06min - Atualizada em 26/06/2024 às 12h06min

Brasileiro trabalhou 149 dias em 2024 só para pagar impostos

Estudo mostra que tributos consomem quase metade do ano de trabalho

Wellington Freitas (estagiário)
Redação
Reprodução de Internet
Em 2024, os brasileiros trabalharam até o dia 28 de maio exclusivamente para pagar tributos, incluindo impostos, taxas e contribuições exigidos pelos governos federal, estadual e municipal. Esse período totaliza 149 dos 366 dias do ano, conforme revela um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). Essa é a maior marca já registrada desde o início da série histórica, que começou em 2003.

Segundo o levantamento, a arrecadação com impostos, taxas e contribuições corresponde a aproximadamente 40,3% de toda a renda do trabalhador brasileiro. Isso significa que quase metade do ano é dedicada exclusivamente ao pagamento de tributos, antes que o cidadão possa efetivamente usufruir do seu salário.


Comparação com anos anteriores e outros países

Em 2023, os brasileiros trabalharam 148 dias para pagar impostos, um dia a menos do que em 2024. Nos últimos 20 anos, o número de dias trabalhados para quitar os tributos aumentou consideravelmente, refletindo uma tendência de elevação na carga tributária.

O estudo do IBPT também compara a situação do Brasil com outros países. A análise, baseada nos dados mais recentes de 2019 da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), posiciona o Brasil entre os países onde os cidadãos mais trabalham para pagar tributos. No ranking, o Brasil aparece em nono lugar:

Ranking de países: Dias trabalhados para pagar impostos
  1. Dinamarca: 179 dias
  2. Bélgica: 171 dias
  3. França: 163 dias
  4. Finlândia: 159 dias
  5. Noruega: 159 dias
  6. Áustria: 158 dias
  7. Suécia: 156 dias
  8. Itália: 156 dias
  9. Brasil: 149 dias
  10. Alemanha: 148 dias


Falta de retorno

Apesar da elevada carga tributária, muitos brasileiros sentem que não recebem um retorno adequado pelos impostos pagos. A infraestrutura, saúde e educação públicas frequentemente são apontadas como áreas onde o retorno é insuficiente. O estudo do IBPT ressalta que a forma como o dinheiro dos tributos é utilizado contribui para a insatisfação dos contribuintes. Em comparação com outros países, onde a alta carga tributária é compensada por serviços públicos de qualidade, o Brasil apresenta uma baixa contraprestação, o que intensifica a percepção negativa dos cidadãos sobre os impostos pagos​
 
 
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