15/05/2024 às 13h00min - Atualizada em 17/05/2024 às 02h00min

Os medos e dificuldades da amamentação

Consultora de amamentação explica porque não devemos considerar o ato de amamentar puramente instintivo e comenta como vencer os medos do processo

AMANDA SILVEIRA
Assessoria Débora Araújo
A maternidade representa um dos momentos mais especiais para uma família, mas também pode ser visto como um dos mais desafiadores. A amamentação está entre um desses novos desafios e, embora a maioria das mulheres demonstre desejo em amamentar, a taxa de desistência é muito alta no decorrer do percurso.
Para a consultora de amamentação, atuante há 14 anos na área materno-infantil, Débora Araújo, um grande obstáculo nesse caminho é a crença de que a amamentação é algo puramente instintivo. “Por sermos mamíferos, fica a ideia de que o bebê vai nascer e, naturalmente, eu vou colocar esse bebê no peito e ele vai mamar. E, se ele não mamar, eu vou alimentá-lo de outra maneira”, afirma ela. Mas, a realidade, segundo a consultora, é que a amamentação deixou de ser instintiva aos poucos, conforme a industrialização foi acontecendo, conforme essa mãe foi pro mercado de trabalho e as intervenções começaram a ser mais frequentes.
Nessas intervenções podemos citar o próprio parto, os cuidado com o recém-nascido e o próprio marketing da indústria de fórmulas, que tem um papel gigantesco em colocar a mulher como incapaz, criando diversos apetrechos para auxiliar no ato, até então natural, de amamentar. “Hoje, para que a mulher consiga realmente amamentar de uma forma eficaz, tranqüila e com confiança de que aquilo é o melhor para o seu bebê é necessária muita preparação para enfrentar a sociedade, onde tudo é culpa do peito”, alerta Débora.
Nesse processo, cheio de inseguranças e dificuldades, a profissional destaca a importância fundamental do pai, fazendo a parte dele, dividindo as tarefas e, sobretudo, incentivando essa mulher. E quais são essas dificuldades tão comuns? Para a consultora, as principais dificuldades apontadas pelas famílias estão sempre relacionadas ao medo. Medo de não saber o que fazer quando o bebê chorar, de não saber identificar os choros do bebê, do bebê engasgar, medo do leite não sustentar, entre tantos outros.
Débora Araújo comenta que os profissionais da pediatria, nas primeiras consultas com esse recém-nascido, não têm tempo e nem capacitação para avaliar uma mamada, para entender o que está acontecendo na amamentação. Sendo assim, fica mais prático, se esse bebê não ganhou peso ou se essa mãe está com uma dificuldade na amamentação, prescrever uma fórmula para complementar. “Penso que mais fácil do que prescrever uma fórmula seria prescrever a consultora de amamentação, que é uma profissional capacitada nesse manejo, que vai saber identificar o que está acontecendo para esse bebê não estar ganhando peso, para que essa mãe esteja sentindo dor... Esse trabalho em conjunto com o pediatra salva muitas famílias de migrarem para a fórmula e as mantém oferecendo o leite materno para o bebê”, destaca ela.
Para a especialista, o ideal é procurar a consultoria de amamentação o quanto antes, logo ao descobrir a gravidez e passado aquele momento de euforia inicial. “Cerca de 80% das mães desejam amamentar e, por isso, um trabalho como esse é um investimento, que vai evitar a desistência por conta de intercorrências, inseguranças, falta de rede de apoio, da cultura do desmame vigente na sociedade, entre tantas outras coisas. Uma família bem preparada é capaz de vencer tudo isso”, conclui a consultora.


 

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AMANDA MARIA SILVEIRA
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