Seis anos após o devastador incêndio que destruiu 85% do acervo do Museu Nacional, as obras de reconstrução continuam em ritmo lento. Em 2022, a fachada histórica e o jardim frontal foram entregues, mas a reabertura completa da instituição, localizada em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, só deve ocorrer em 2026. Enquanto isso, a direção do museu busca recursos financeiros para completar as etapas restantes da restauração.
Atualmente, as obras se concentram na restauração das fachadas dos prédios posteriores e na reconstrução da claraboia sobre a escadaria principal, onde será exibida a ossada de uma baleia cachalote. A escultura foi encontrada no Ceará em 2020 e é um dos novos itens do acervo. Apesar dos avanços, o diretor do museu, Alexander Kellner, alerta que ainda são necessários mais de R$ 95 milhões para concluir as obras, sendo R$ 50 milhões até novembro de 2024.
O incêndio de 2 de setembro de 2018 destruiu a maior parte dos 20 milhões de itens do acervo, incluindo fósseis, múmias e documentos históricos. A tragédia também revelou falhas na infraestrutura, como a falta de água nos hidrantes da Quinta da Boa Vista, que atrasou o combate ao fogo. Após três anos de retirada de escombros e contenção da estrutura, as obras de reconstrução começaram apenas em 2021, com um orçamento inicial de R$ 380 milhões.
Com mais de dois séculos de história, o Museu Nacional era um dos mais importantes do Brasil, abrigando coleções de grande valor histórico e científico. Entre os itens destruídos, destacavam-se o fóssil humano mais antigo do país, conhecido como "Luzia", e a coleção egípcia adquirida por Dom Pedro I. A reconstrução do museu representa não apenas a recuperação de um patrimônio cultural, mas também um esforço para preservar a memória científica do Brasil.