Cinco anos após um violento episódio que marcou a vida de seu filho, uma mãe continua sua luta por justiça. O jovem, agora com 23 anos, foi agredido e abusado por policiais militares dentro de uma estação da Supervia no Maracanã, Rio de Janeiro, em 2019. A agressão teve consequências devastadoras: além de ter sido diagnosticado com depressão, o rapaz também apresenta sintomas de esquizofrenia. Dois policiais foram condenados pelo crime, enquanto dois seguranças da concessionária envolvidos foram absolvidos.
Desde o incidente, o jovem tem enfrentado sérios desafios de saúde mental. Segundo sua mãe, ele não sai de casa e precisa de acompanhamento médico constante, sendo incapaz de cuidar de si próprio. A família, que já recebeu uma curatela provisória para cuidar dele, agora luta para que o estado pague uma indenização por danos morais. Em 2023, a Justiça determinou um valor de R$ 300 mil, mas, após um recurso da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), o montante foi reduzido para R$ 60 mil, o que motivou um novo recurso por parte da família.
Para a mãe, a indenização não é apenas uma questão financeira, mas uma tentativa de garantir um mínimo de conforto e cuidados médicos para o filho. Desempregada e com a vida financeira abalada, ela destaca que a rotina da família mudou drasticamente desde o ocorrido. Vivendo com uma renda mínima, composta apenas pelo Bolsa Família e o auxílio de parentes, ela relata as dificuldades diárias para manter o bem-estar do filho, que necessita de medicamentos e tratamentos contínuos.
Enquanto o processo judicial se arrasta, a mãe, diagnosticada com depressão, tenta encontrar forças para seguir em frente. O trauma causado pelo crime, que incluiu humilhações e abusos registrados em vídeo, ainda ecoa na vida da família. Para ela, o perdão aos agressores é algo difícil de conceber, e a luta por justiça se tornou uma batalha diária pela dignidade e pela esperança de um futuro melhor para seu filho.