16/06/2022 às 06h01min - Atualizada em 22/06/2022 às 08h00min

Não aumentaram apenas os anos de velhice, mas também os da meia-idade, diz especialista

No livro “The super age”, Bradley Schurman afirma que precisamos da mão de obra sênior para manter a economia de pé

G1 - Ciência e Saúde
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No livro “The super age”, Bradley Schurman afirma que precisamos da mão de obra sênior para manter a economia de pé No inglês, a palavra “age” pode significar tanto idade quanto era, período. Por isso, o título escolhido por Bradley Schurman para seu livro, “The super age”, é um achado, ao apresentar uma sociedade com características que nunca vimos antes, graças à mudança do perfil demográfico. “Estamos diante de duas megatendências: a queda nas taxas de natalidade e a expansão da longevidade. O envelhecimento da população se deu de forma silenciosa nos últimos 200 anos, mas agora está aí, em toda a sua magnitude. Trata-se de um evento sísmico que vai alterar as relações sociais, políticas, culturais e econômicas nos países mais desenvolvidos do planeta”, afirmou na conferência AgeAction 2022, realizada semana passada.
Bradley Schurman, autor de “The super age”: a mudança do perfil demográfico nos apresenta uma sociedade com características que nunca vimos antes.

Reprodução

A obra foi lançada no começo do ano e, desde então, o autor, que há décadas estuda o fenômeno demográfico, vem pregando sobre a necessidade de mudanças robustas não apenas nas políticas públicas, mas também nas empresas. Em 2018, o mundo registrou, pela primeira vez, mais gente acima dos 64 anos do que abaixo dos cinco. Outros dados amealhados por Schurman são impactantes. Em 2030, pelo menos 35 das 195 nações terão, no mínimo, um em cada cinco habitantes acima dos 65 anos. Nos próximos dois anos, nos Estados Unidos, aqueles com 65 ou mais se igualarão em número aos abaixo dos 18. Em 2050, um em cada seis habitantes do planeta terá mais de 65 – e, nos EUA e na Europa, a proporção será de um em cada quatro. Por fim, o grupo que mais cresce, o dos octogenários, vai triplicar: de 143 milhões, em 2019, para 426 milhões em 2050.
“Há mais gente madura deixando o mercado do que jovens entrando. Precisamos da mão de obra sênior ou teremos um sério problema de falta de braços e pressão sobre os salários, com risco de estagnação econômica”.
Lembrou que, no Japão, o contingente de aposentados acima dos 65 anos já representa um terço da população. Na sua visão, não aumentou somente o número de anos de velhice, mas também os vividos numa meia-idade prolongada, mais saudável e ativa. “Será imprescindível dar apoio às pessoas para que todas tenham acesso à requalificação, ao aprendizado contínuo. E faço questão de incluir a necessidade de suporte às mulheres que estão na fase da menopausa, para que não abandonem o trabalho”, analisou.

Schurman reconhece o enorme desafio para evitar que os sistemas de previdência dos países quebrem e chama a atenção para a miopia do ambiente de negócios em relação à revolução da longevidade: “as empresas terão que ajustar seu foco num novo público consumidor. O marketing, que usou toda a sua energia nas últimas décadas para alcançar os jovens, terá que se reinventar. Os CEOs sabem que algo está acontecendo, mas ainda não pararam para pensar no que deve ser feito”. Como exemplo, cita que os americanos cinquentões respondem por dois terços das compras de carros zero.
Sobre o preconceito contra os mais velhos, sua receita é não deixar de combater até as microagressões do dia a dia: “não devemos ter medo do confronto, já fazemos isso quando nos deparamos com o preconceito racial, o sexismo, a homofobia. Na minha opinião, cometemos dois grandes erros: tirar do mercado a mão de obra sênior e reduzir a convivência intergeracional, quando as famílias tinham a oportunidade de ter várias gerações debaixo do mesmo teto”.

Fonte: https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2022/06/16/nao-aumentaram-apenas-os-anos-de-velhice-mas-tambem-os-da-meia-idade-diz-especialista.ghtml

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