27/08/2024 às 16h03min - Atualizada em 27/08/2024 às 16h03min

Ronnie Lessa pede para depor sem a presença dos irmãos Brazão

Assassino confesso de Marielle Franco alega temer represálias e enfatiza alta periculosidade dos demais réus. Audiência no STF aborda o envolvimento dos irmãos Brazão no crime.

Vinicius Gandra
Redação
Reprodução da Internet

O ex-policial Ronnie Lessa, condenado pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, solicitou que seu depoimento fosse realizado sem a presença dos demais réus, durante audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (27). Lessa, preso desde 2019, afirmou que os outros réus são pessoas de "alta periculosidade" e que se sentia desconfortável em prestar depoimento na presença deles, mesmo que virtualmente. O juiz Airton Vieira, que preside a audiência, acatou o pedido, permitindo que apenas os advogados dos réus participassem da sessão.

Lessa iniciou seu depoimento enfatizando que havia um "pacto de silêncio" entre os envolvidos e que gostaria que isso fosse respeitado. Ele mencionou os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, apontando-os como mandantes do crime, conforme já havia relatado em sua delação premiada. Além dos irmãos Brazão, estão implicados no caso o delegado Rivaldo Barbosa, o major Ronald Paulo Alves Pereira e o PM Robson Calixto Fonseca, todos presos sob acusações ligadas ao assassinato de Marielle. Este depoimento marca a primeira vez em que Lessa se apresenta perante esses réus no processo judicial.

A audiência teve início com perguntas do promotor Olavo Pezzotti, representante da Procuradoria Geral da República (PGR), e seguirá com questionamentos dos assistentes de acusação, representando as famílias de Marielle e Anderson. Lessa, que por anos negou envolvimento no crime, começou a cooperar com as investigações após a entrada da Polícia Federal no caso em 2023. A expectativa é de que ele reforce as acusações contra os outros réus, reafirmando seu conhecimento sobre o envolvimento dos irmãos Brazão no planejamento do assassinato.

Ainda nesta semana, o depoimento de Élcio de Queiroz, outro réu colaborador e motorista do carro usado no crime, está previsto. A audiência prossegue com a expectativa de que novas revelações possam surgir, além da possível convocação de testemunhas e solicitações de diligências por parte das defesas. Enquanto isso, um dos réus, Robson Calixto Fonseca, permanece internado no Hospital da Polícia Militar devido a problemas de saúde.


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