03/09/2024 às 10h41min - Atualizada em 03/09/2024 às 10h41min

Rombo fiscal recorde alcança R$ 1,128 trilhão e aumenta preocupações econômicas

Déficit nominal do setor público consolidado atinge 10,02% do PIB, impulsionado pelo alto custo da dívida pública e taxas de juros elevadas.

Gil Coutinho
Redação
Reprodução de Internet
O Brasil enfrenta um rombo fiscal sem precedentes, atingindo R$ 1,128 trilhão no acumulado dos 12 meses até julho de 2024, conforme divulgado pelo Banco Central em seu relatório “Estatísticas Fiscais”. Esse déficit nominal é o maior já registrado na série histórica iniciada em 2001, refletindo uma combinação de fatores econômicos adversos, incluindo o elevado custo da dívida pública.
 
O aumento de R$ 19,6 bilhões em relação ao mês anterior sinaliza a continuidade das dificuldades fiscais enfrentadas pelo setor público consolidado, que engloba União, Estados, municípios e estatais. Este resultado, que equivale a 10,02% do Produto Interno Bruto (PIB), acende um alerta sobre a sustentabilidade das contas públicas e a necessidade de medidas corretivas para evitar um agravamento da crise fiscal.
 
Um dos principais responsáveis por esse rombo é o alto custo do serviço da dívida pública, que somou R$ 869,8 bilhões no período analisado. Essa despesa, que representa 77,1% do déficit nominal, é em grande parte atribuída à taxa básica de juros, a Selic, que tem permanecido acima de dois dígitos desde fevereiro de 2022. A manutenção dos juros elevados aumenta a carga da dívida e dificulta o equilíbrio das finanças públicas.
 
Apesar do cenário desafiador, houve uma leve melhora no resultado primário, que exclui o pagamento dos juros da dívida. O déficit primário do setor público consolidado caiu para R$ 257,7 bilhões até julho, uma redução em comparação aos R$ 272,2 bilhões registrados até junho. No entanto, essa melhora não é suficiente para reverter a trajetória preocupante do endividamento.
 
A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que inclui o governo federal, INSS e governos regionais, atingiu 78,5% do PIB em julho, crescendo 0,7 ponto percentual no mês e 4,1 pontos percentuais no ano. Em termos nominais, a dívida alcançou R$ 8,8 trilhões, pressionando ainda mais as finanças públicas e limitando a capacidade do governo de realizar investimentos necessários para o crescimento econômico.
 
O desafio que o governo enfrenta agora é encontrar um equilíbrio entre a necessidade de ajustar as contas públicas e a manutenção de políticas que estimulem o crescimento econômico. Com o rombo fiscal em níveis alarmantes, a pressão para reformas estruturais e uma gestão mais eficiente dos recursos públicos se torna cada vez mais urgente.
 
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