07/10/2022 às 18h28min - Atualizada em 07/10/2022 às 18h28min

Estudo em sete estados indica a polícia do RJ como a que mais mata e mais morre

Conclusão é do relatório da Rede de Observatórios da Segurança, que monitorou mais de 21mil eventos violentos na Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.

Por Eliane Santos, g1 Rio
Policiais no Jacarezinho — Foto: Bruno Itan
O indicador de alta letalidade para eventos envolvendo a polícia no Rio de Janeiro continua sendo uma das marcas das forças de segurança do estado. É isso que afirma o novo relatório da Rede de Observatórios da Segurança Pública, e que foi divulgado nesta quinta-feira (6).

Pelo terceiro ano consecutivo, o estudo analisou 16 indicadores (veja no quadro abaixo) de violência na Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo, entre agosto de 2021 e julho de 2022. O período resultou em 21.563 eventos violentos analisados nesses locais, destaca um componente racial nas ações violentas e foi batizado de "Máquina de moer gente preta: a responsabilidade da branquitude".

O relatório mostra ainda outros recortes, como o que aponta que as ações policiais continuam representando mais da metade desses registros.

Polícia que mais mata e mais morre

No conjunto dos sete estados, os eventos ligados às polícias representam 55% do estudo, mas no Rio de Janeiro, eles chegam a 67%. O estado se destaca ainda pela violência policial, sendo o estado em que a polícia mais mata e mais morre.

Esse mesmo dado já tinha aparecido no Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2021, que mostrava o número de pessoas mortas pela polícia, e em anos anteriores, com destaque para a morte dos servidores das forças de segurança pública.

Números do estudo mostram que, no período analisado, o estado teve mais que o dobro de morte em ações de policiamento, mais que o dobro de mortes de crianças e adolescentes e mais que o triplo de feridos (veja abaixo).


Número de mortes do relatório da Rede de Observatório de Segurança 2021/2022: RJ violento — Foto: Reprodução
 

“O Rio de Janeiro precisa de uma mudança de rumos na segurança pública o quanto antes. Repetir os velhos erros e investir em ações policiais violentas, com violações dos direitos humanos, sem inteligência ou investigação nos trouxe até aqui. Temos registrado recordes de mortes promovidas por policiais e, ao mesmo tempo, visto o crime se expandir e diversificar sua atuação, mantendo parcelas expressivas da população sob o controle violento e a exploração financeira”, diz trecho da conclusão do estudo.



Veja outros indicadores analisados e as conclusões dos outros estados:


Os 16 indicadores analisados pelo Observatório de Segurança — Foto: Reprodução​
 
  • São Paulo se destaca pela violência contra crianças e adolescentes com um aumento de 15%;
  • A Bahia teve aumento de 47% de registros de violência contra a mulher;
  • Pernambuco é o estado que mais mata mulheres trans e mais registra feminicídios no Nordeste;
  • Piauí surpreende liderando o número de linchamentos. O estado também lidera, ao lado do Maranhão, os casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes
  • O Ceará teve um aumento de 75% de chacina de um ano para o outro e é o que mais mata policiais no Nordeste
Como foi feito o estudo

Segundo a Rede de Observatórios, o monitoramento é feito diariamente a partir de veículos de imprensa. Os pesquisadores coletam informações e alimentam um banco de dados que posteriormente é revisado e consolidado.

A Rede de Observatórios afirma ainda que busca produzir e divulgar dados confiáveis e de qualidade para que políticas públicas sejam avaliadas e implementadas.

O relatório conclui ainda que o modelo de confronto como política de segurança pública não funciona, afeta principalmente pessoas negras e pobres, e não resulta na desarticulação do crime.





 
Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2022/10/06/estudo-em-sete-estados-indica-a-policia-do-rj-como-a-que-mais-mata-e-mais-morre.ghtml
 

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