Nesta quinta-feira (7), o prefeito Eduardo Paes anunciou uma grande mudança no sistema BRT da cidade. Ao longo de 15 anos, ele pretende substituir o sistema de ônibus de trânsito rápido, existente principalmente nas zonas Oeste e Norte do Rio, pelo de Veículo Leve sobre Trilhos, o VLT, num processo que está sendo chamado de "VLTzação” do BRT.
“Não é um plano do governo Eduardo Paes. A gente tem que aprender a perpassar governos. É um plano de 15 anos”, disse o prefeito sobre a transformação. Ele também deu mais detalhes de como o novo projeto vai mudar a vida do cidadão que usa o atual sistema para se deslocar. Uma das principais dúvidas é quanto a velocidade, já que o modelo implantado no Centro do Rio transita mais devagar. "Os modelos de trens ainda serão definidos, e não necessariamente serão os mesmos do Centro. A velocidade das composições varia de acordo com o ambiente em que transitam. Quando estão em vias segregadas podem atingir velocidades maiores", disse a Secretaria Municipal de Transportes.
1 - O que é a VLTzação do sistema BRT?
É o projeto que consiste na substituição dos ônibus dos corredores de BRT pelo sistema Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Além da substituição, uma nova linha de VLT será implantada, ligando Botafogo a Gávea, na Zona Sul do Rio.
2- Quando ele será implantado?
A Prefeitura do Rio informou tratar-se de um projeto a longo prazo. A substituição dos veículos nos corredores Transcarioca e Transoeste do BRT acontecerá ao longo de 15 anos. Já o VLT Botafogo-Gávea começará a ser implantado a partir de 2023 e tem previsão de entrega em 2025.
3- Quando os ônibus precários do BRT serão substituídos?
Segundo o prefeito, a intervenção iniciada em março de 2021 no sistema BRT continua, e a prefeitura seguirá comprando novos ônibus, reformando a Transoeste, construindo o Terminal Gentileza e concluindo a Transbrasil. “Ao longo do ano 2023, com os novos terminais, pistas e ônibus, vamos ter novamente o sistema funcionando a contento”, disse o prefeito sobre as melhorias já para o próximo ano.
4- Mas vai reformar e concluir para depois substituir?
Não. De acordo com Paes e a secretária municipal de Transportes, Maína Celidônio, os corredores e as estações serão reaproveitados. O traçado da rota também será mantido evitando desapropriações. “Nada do que foi feito se perde, o que foi feito da estrutura dos BRTs facilita para que a gente possa dizer que é uma proposta possível”, disse Paes.
5- Mas não seria mais fácil reformar os BRTs?
Segundo Paes, o BRT se transformou em uma “parceria do mal” na cidade e, nos últimos anos, o sistema se degradou com vandalismo, violência, calotes, problemas com a frota, atrasos e atendimento ruim aos passageiros. O prefeito reiterou ainda que, com a substituição, a cidade vai deixar de gastar o que já foi investido: R$ 4,5 bilhões na Transcarioca e R$ 2,5 bilhões na Transoeste. Além disso, o VLT tem o dobro de capacidade dos articulados, intervalos regulares, é mais seguro, gera mais conforto para o usuário, não produz ruído, é sustentável e integrado à paisagem urbana.
6- De quanto será o investimento na VLTzação e de onde vai sair o dinheiro para o projeto?
A Prefeitura do Rio diz que toda a infraestrutura dos BRTs será aproveitada, o que deve reduzir custos. Mas ainda assim, o programa tem investimento estimado de R$ 16 bilhões. Para o VLT Transcarioca, serão necessários R$ 6 bilhões, e para o Transoeste, R$ 8,7 bilhões. Já para o VLT Botafogo-Gávea, o investimento é de R$ 1,3 bilhão via Parcerias Público-Privadas (PPP).
7- Qual será a extensão do VLT?
De acordo com o projeto, serão 251 quilômetros de trilhos, a maior malha de VLT das Américas.
8 -Quantas pessoas serão beneficiadas?
A expectativa é que 500 mil passageiros usem o serviço diariamente.
9 – Quantas pessoas usam o BRT atualmente?
Mesmo com os problemas apresentados, o BRT carrega em média mais de 200 mil pessoas por dia.
10 - O novo VLT vai ter a mesma velocidade do VLT do Centro ou será mais rápido?
Os modelos de trens ainda serão definidos - não necessariamente serão os mesmos do VLT do Centro. A velocidade das composições varia de acordo com o ambiente: quando estão em vias segregadas podem atingir velocidades maiores; quando estão em áreas compartilhadas com pedestres próximos (como no caso do Centro), a velocidade é menor.