O desaparecimento de Anic Peixoto Herdy, revelado em maio pelo programa Fantástico, ganhou um novo capítulo nesta semana. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu que os quatro réus, inicialmente acusados de extorsão mediante sequestro, também respondam pela morte da vítima. A solicitação se baseia em novas provas obtidas pela 105ª DP de Petrópolis, que incluem mensagens trocadas entre os réus Lourival Correa Netto Fadiga e Rebecca Azevedo dos Santos, sugerindo que Anic foi assassinada.
Entre as evidências está uma mensagem de Rebecca para Lourival, enviada em 17 de março, vinte dias após o desaparecimento de Anic, mencionando que as "cinzas já estão passeando pelo rio". Em resposta, Lourival teria respondido com "Muito bom" e uma figurinha sorridente, segundo o aditamento à denúncia feito pelo promotor Paulo Yutaka Matsutani. Para o promotor, a mensagem é uma comprovação da morte de Anic e indica que seus restos mortais já estão longe de serem encontrados.
O caso envolve um prejuízo de R$ 4,6 milhões, valor que foi pago pelo então marido de Anic, Benjamin Cordeiro Herdy, como resgate, sem saber que estava sendo extorquido por Lourival e seus comparsas. O promotor Paulo Yutaka Matsutani afirma que Lourival, considerado um funcionário de confiança de Benjamin, arquitetou todo o plano criminoso, com a colaboração de Rebecca e seus dois filhos, Maria Luísa e Henrique, que também são réus.
A defesa de Lourival, representada pela advogada Flávia Fróes, anunciou uma entrevista coletiva para esta sexta-feira, na qual pretende esclarecer a situação e comentar sobre uma possível colaboração premiada com o Ministério Público. A investigação sobre o caso continua, incluindo a lavagem de dinheiro, com a participação da Polícia Federal no rastreamento de parte do valor extorquido, que já foi devolvido à família de Benjamin Cordeiro Herdy.