06/06/2024 às 15h43min - Atualizada em 06/06/2024 às 15h43min
STF paga 39 mil para um segurança acompanhar ministro em viagem de lazer
Dias Toffili foi à Madri assistir uma partida de futebol em camarote de empresário
Gil Coutinho
Redação
Reprodução de Internet O recente pagamento de
R$ 39 mil em dinheiro público a um segurança que acompanhou a viagem do ministro Dias Toffoli à Inglaterra levantou debates sobre o uso dos recursos do
Supremo Tribunal Federal (STF). Durante sua estadia em Londres para assistir à final da
Liga dos Campeões da UEFA, o ministro assistiu ao jogo no camarote de um empresário do setor de segurança digital.
O episódio
colocou em pauta questões sobre quem arca com os custos da segurança pessoal dos ministros durante viagens internacionais. Embora Toffoli tenha afirmado que cobriu os gastos com passagens,
hospedagem e outras despesas, não ficou claro se ele também pagou pelo segurança pessoal.
Os
dados revelados pelo Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) mostram que, de junho de 2023 a maio deste ano, os ministros participaram de pelo menos
22 eventos no exterior, o que representa uma média de dois eventos internacionais por mês.
Embora os ministros custeiem suas passagens e hospedagem, os gastos com segurança pessoal
são cobertos pelo poder público. Em 2023, por exemplo, o segurança do ministro
Luiz Fux teve R$ 145 mil em diárias registradas. Parte desse valor é estornada quando a viagem é cancelada ou quando um magistrado retorna antes do previsto.
O
STF reconhece o aumento desses gastos, atribuindo-o à crescente hostilidade contra os membros da Corte. Argumenta também que é mais econômico pagar servidores brasileiros para a guarda pessoal dos ministros do que
contratar seguranças estrangeiros. Essa situação levanta questionamentos sobre a
transparência e o uso responsável dos recursos públicos pelo Judiciário.