30/09/2024 às 14h19min - Atualizada em 30/09/2024 às 14h19min

Cresce a violência política nas eleições de 2024 com envolvimento de facções criminosas

Levantamento aponta aumento de atentados e homicídios, com foco no Sudeste e ameaças em municípios do Rio de Janeiro

Gil Coutinho
Redação
Arte: Francisco Silva / Agência O Dia
O crime organizado e a presença de facções criminosas estão se tornando grandes ameaças para as eleições municipais de 2024. Segundo um levantamento do Observatório da Violência Política e Eleitoral, da Universidade Federal do Rio (UniRio), houve 128 casos de violência contra lideranças partidárias entre abril e junho deste ano. Esse número é mais que o dobro do trimestre anterior, quando foram registrados 59 casos. Comparando com o mesmo período de 2022, ano das eleições federais e estaduais, houve um aumento de 24%.
 
O Sudeste foi a região mais atingida, com 47 casos (36,7%), sendo 33 deles contra pré-candidatos a cargos municipais. São Paulo lidera o ranking, com 21 casos, seguido por Bahia (15) e Rio de Janeiro (15). O pesquisador Miguel Carnevale, do Observatório da Violência Política e Eleitoral, destacou que as eleições municipais de 2024 se apresentam como as mais violentas da história recente. Ele também alertou para o fato de que o número de casos tende a aumentar à medida que a campanha avança, principalmente nas semanas anteriores ao primeiro turno, quando a violência geralmente atinge seu auge.
 
Um caso recente de violência ocorreu em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, com o assassinato do candidato Joãozinho Fernandes, que foi baleado enquanto distribuía panfletos. O episódio reforça o temor de que as facções criminosas estejam ampliando sua influência sobre a política local, principalmente em áreas controladas pelo tráfico de drogas ou milícias. De acordo com André Rodrigues, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), o controle local por chefes políticos associados a esses grupos representa uma grave ameaça à democracia e à integridade do processo eleitoral.
 
Para tentar garantir a segurança no dia da votação, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) anunciou a mudança de 53 locais de votação por questões de segurança, afetando mais de 170 mil eleitores em dez cidades, incluindo Rio de Janeiro, Duque de Caxias e Nova Iguaçu. Além disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou o envio de forças federais para reforçar a segurança durante o primeiro turno das eleições, numa tentativa de minimizar os riscos de violência e assegurar a lisura do pleito em áreas de risco elevado.
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